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A Mostra de Cinema de Tiradentes chega a sua 26a edição, de 20 a 28 de janeiro de 2023,  maior e mais convicta do seu papel – ser plataforma de lançamento do cinema brasileiro contemporâneo apresentando ao público a diversidade da produção brasileira, com novas representatividades,  com novas abordagens, personagens, estéticas, com as permanências e mudanças e com as recepções críticas desse fazer cinematográfico, além promover intensas atividades de formação, como debates, encontros e diálogos audiovisuais, rodas de conversa, oficinas, laboratório, masterclasses, lançamento de livros, performances, exposições, atrações artísticas.

Nesta edição, a temática é Cinema Mutirão, ela responde aos últimos três anos, quando a pandemia de COVID-19 e a ausência de política pública afetaram drasticamente a economia criativa no país. Muitos grupos de lugares diferentes e de campos artísticos distintos (dança, música, teatro) se uniram para fazer audiovisual com os recursos dos editais emergenciais da Lei Aldir Blanc, que, no seu caráter abrangente e flexível, trouxe algumas inovações nas obras, na forma de mobilização do setor e na elaboração de uma política pública em contexto adverso. E o evento segue na vanguarda para apresentar ao público os nomes, os filmes, as conversas e os caminhos a serem percorridos nessa nova e estimulante trajetória que a produção deverá seguir na próxima década e evidencia a forte presença de filmes dirigidos por pessoas negras, trans e indígenas, a proliferação de coletivos criativos vindos de outras áreas artísticas para além do cinema, e a experimentação de formatos, linguagens e espaços de exibição serão fundamentais para se compreender a amplitude dos conceitos tratados nesta edição da Mostra.

Presta homenagens a dupla de realizadores mineiros Ary Rosa e Glenda Nicácio que radicaram-se em Cachoeira (BA) em 2010,  e lá fundaram a produtora Rosza Filmes e, desde então, fazem alguns dos títulos mais celebrados do cinema brasileiro contemporâneo, construindo uma vasta comunidade local de realizadores, inclusive em projetos de educação audiovisual. Eles recebem o troféu Barroco da 26a Mostra de Cinema de Tiradentes numa homenagem que é também estendida à Rosza Filmes. A singularidade do trabalho de Ary Rosa e Glenda Nicácio é um farol que nos orienta a refletir e pensar a prática de um audiovisual no século 21 tão grande, diverso, complexo e fascinante quanto o país pode ser nas suas identidade e diferenças.

A seleção de 134 filmes (entre longas, médias e curtas-metragens), de 19 estados brasileiros (AL, AM, BA, CE,DF, ES, GO, MG, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RR, RS, SC, SP),  pode ser confereida em 57 sessões de pré-estreias e mostras temáticas em três cinema instalados na cidade – Cine-Praça, Cine-Tenda e Cine-Teatro, apresentando a força da cinematografia brasileira contemporânea, mesmo num momento de crise provocado pelos efeitos devastadores da pandemia e da inexistência ou paralisia de políticas públicas culturais.

A coordenação curatorial do evento é assinada pelo crítico Francis Vogner dos Reis, que divide com a pesquisadora Lila Foster e com a Camila Vieira a seleção de longas-metragens. A coordenação curatorial de curtas é da  Camila Vieira com atuação na seleção da Mariana Queen, Pedro Guimarães e Tatiana Carvalho Costa. Os filmes estarão distribuídos nas seguintes mostras: Homenagem, Aurora, Olhos Livres, Cinema Mutirão,, Autorias, Foco, Panorama, Foco Minas, Praça, Formação,  Sessão Debate, Jovem, Valores, Regional e Mostrinha. Para ampliar a experiência, vários dos filmes contarão com debates nos Encontros com os Filmes, tendo a presença de diretores, equipes de produção e críticos convidados.

Depois de duas edições online, retornar a Tiradentes é motivo de celebração. Vamos inaugurar o calendário audiovisual brasileiro em um grande encontro com o público num momento de recriação do Ministério da Cultura, num cenário de grandes expectativas por um novo ciclo positivo de revitalização do setor audiovisual no País e, por isto, tem entre sua maior novidade a realização do Fórum de Tiradentes – Encontros pelo Audiovisual Brasileiro, sob a coordenação executiva de Mário Borgneth e Alfredo Manevy.

Durante cinco dias presenciais, de 21 a 25 de janeiro, mais de 50 atores de diversos segmentos do audiovisual brasileiro estarão reunidos em Tiradentes para o diagnóstico dos pontos críticos da atividade e a construção de balizadores para a formulação de novas políticas públicas. Ter um entendimento sistêmico da cadeia produtiva do audiovisual, de forma a produzir um diagnóstico atual e formar um conjunto de recomendações que possa sinalizar positivamente para as novas estruturas de governança do setor, reunidas sob a premissa estratégica de valorização dos 4 Ds: descentralização, diversidade, desenvolvimento econômico e democracia.

O 26º Seminário do Cinema Brasileiro, novamente em formato presencial, volta a ser um dos ambientes mais intensos de debates e discussões sobre o cinema no país. Serão mais de 150 profissionais, entre críticos, realizadores, produtores, atores, acadêmicos, pesquisadores e jornalistas, no centro de 40 Debates, Rodas de Conversa e encontros,entre eles a série Encontros com os Filmes e os bate-papos após as sessões do Cine-Praça.

A Mostra vai sediar mais uma edição itinerante do Brasil CineMundi, denominada Conexão Brasil CineMundi, que  introduziu uma nova categoria para longas brasileiros – a Work In Progress (WIP), programa que reúne ações de difusão e internacionalização do cinema brasileiro, promovendo a visibilidade do cinema, apresentando ao mercado internacional a diversidade da cinematografia brasileira e o seu potencial criativo. Além de sessões e encontros WIP, integram o programa exibições dos filmes brasileiros em pré-estreia, debate e networking. Foram selecionados sete filmes de longa-metragem, na categoria Corte Final, que serão apresentados para uma plateia de profissionais da indústria audiovisual internacional e players nacionais.

As ruas tricentenárias de Tiradentes serão embaladas por cores, música, artes cênicas, sons e imagens durante a 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que, nesta edição promove duas performances audiovisuais, quatro performances musicais, três exposições temáticas, cinco lançamentos de livros, dois teatros de rua, um cortejo musical, um cortejo da arte, cinco shows musicais fazendo a conexão do cinema com as outras artes, expressões artísticas da cultura brasileira.

A Mostra de Tiradentes mantém o compromisso de investir em novos talentos e promove o Programa de Formação com a oferta de 12 modalidades – nove oficinas audiovisuais para o público jovem e adulto, um laboratório para projeto de documentário e três masterclasses visando à capacitação técnica para o mercado de cinema em diversas frentes possíveis de trabalho. Desde sua primeira edição, em 1998, já foram certificados quase 7.000 alunos, em mais de  250 oficinas ministradas.

Três exposições integram também a programação. A exposição 25 Anos de Homenagens poderá ser conferida no Cine-Praça  e apresenta os homenageados de cada edição da trajetória da Mostra de Cinema de Tiradentes – 1998 a 2023. Ícones de seus próprios tempos, por motivos e percursos distintos, tiveram reconhecimento publicamente e receberam o Troféu Barroco. Já a exposição Mostra Homenagem apresenta a dupla de cineastas mineiros homenageados desta edição – Ary Rosa e Glenda Nicácio e a exposição Cinema Brasileiro Contemporâneo instalada na galeria do Centro Cultural Yves Alves, apresenta ao público o conceito e programação da 26a Mostra Tiradentes.

E, por fim, a Campanha #EufaçoaMostra convida o público a compartilhar lembranças, depoimentos e imagens que traduzem as histórias, vivências e singularidades de suas participações nas edições do evento.

Um olhar para o futuro que faz história. A Mostra Tiradentes, no ano em que celebra 26 anos de existência, aborda questões do cinema hoje, sem ter expectativas de respostas fáceis, únicas, consensuais e fechadas, mas com aposta na capacidade de uma reflexão franca e crítica das transformações, transições, influências, hibridizações que o cinema vive, resiste e permanece, com vitalidade e perseverança no mundo cada vez mais globalizado das telas.

A Mostra de Cinema de Tiradentes tem seu lugar no centro da história audiovisual do país. Seguimos obstinados a  trilhar caminhos que multiplicam, ressoam e se desdobram nos filmes, em gestos, palavras, encontros, depoimentos de diretores, críticos, atores, técnicos, pesquisadores, acadêmicos, jornalistas e público que constroem e fazem parte do nosso encontro anual pelo cinema brasileiro, que representa uma busca desenfreada pela possibilidade de criar o espetáculo e ver nascer, a cada edição, uma nova ideia, invenção, inspiração, concepção.

Esta imensa manifestação cultural conta com a atuação de uma equipe competente e dedicada, veículos de imprensa e de comunicação, com profissionais do audiovisual, realizadores e produtores –gênios incansáveis, talentos de memoráveis obras, conta com a participação decisiva de lideranças empresariais, empresas e parceiros que tornam possível esta celebração, em especial nossos patrocinadores – Instituto Cultural Vale, CBMM, Itaú, Cedro Mineração, CSN, Cimento Nacional e Cemig|Governo de Minas Gerais, parceiros Fecomércio MG Sesc Senac, Embaixada da França no Brasil, Prefeitura de Tiradentes e com o público que nos inspira e nos faz mover, crescer, persistir, insistir, avançar, fomento para aprimorar sempre, em novos desafios.

A todos que compartilham dos nossos ideais, que somam esforços para a viabilização desta edição, que renovam o compromisso com a cultura, que investem em Minas e no Brasil e aos curadores que atuam com profissionalismo e dedicação, nossa gratidão.

Viver a Mostra Tiradentes. Viver os 26 anos da Mostra Tiradentes.

Uma revolução da diversidade de novas possibilidades de expressão cinematográfica e artística. Caminhos independentes de entrega à nossa cultura que refletem a autêntica vontade de fazer bem ao mundo –questão vital e ação estratégica no desenvolvimento de uma nação.

Sejam bem-vindas e bem-vindos ao cinema de 2023, ao cinema de todos, ao cinema do tempo presente!

Aqui é o Brasil.

Raquel Hallak d’Angelo
Quintino Vargas Neto
Fernanda Hallak d’Angelo
Diretores da Universo Produção e
Coordenadores da Mostra de Cinema de Tiradentes

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